Outro importante personagem das garrafas de areia colorida em Majorlândia é Nilberto, irmão de Alberto.
Muito generosamente, Nilberto senta à mesa de trabalho do irmão, pega uma taça de vinho e começa a preencher com areia colorida para nós vermos.
Enquanto ele vai montando, colocando cor sobre cor, forma sobre forma, ele divaga com a gente sobre o que espera do futuro desse artesanato.
Eu tenho prazer em fazer essa arte. Apesar de que a gente tentou passar essa prática para as gerações que vêm aí, mas a garotada não está muito interessada, não. Precisa de um incentivo diferenciado para fazer as pessoas gostarem de novo.
Artesão Nilberto de Freitas
O que eles pensam do futuro do artesanato de areia?
Cosma de Freitas
A única mulher que faz isso aqui sou eu. Não tem nenhuma mulher aqui que se interesse em fazer esse trabalho. Igual ao labirinto: tinha muita mulher, mas muitas já morreram e as novas não querem, não.
Edgar de Freitas
Houve ocasiões em que a gente reuniu grupos de crianças e ensinou tudo sobre a arte. Elas aprenderam, mas depois seguiram a vida dela e não continuaram. A gente fica com medo que essa arte vá morrer, mas a gente tem esperança.
Alberto de Freitas
As garrafas de areia colorida deveriam ser tombadas como patrimônio do Ceará. Os artistas deveriam ser mais valorizados. O sonho do artesão é ver sua arte em destaque. E o sonho dos artesãos de garrafas de areia colorida é ver os artesãos em destaque.
Nilberto de Freitas
Se tivesse um pouco mais de apoio governamental, né? Assim… um incentivo à cultura. Se a gente não começar na base mesmo, com as crianças, fica difícil, porque depois que a criança passa a se interessar por outra coisa, para voltar ao artesanato é difícil.
Ouça agora o podcast Um Grão de Areia
Neste episódio, iremos conversar sobre futuro, a próxima geração, quais os maiores medos dos artesãos e muito mais.